Apenas 18% das prefeituras brasileiras têm planos de cidade inteligente, que incluem o acompanhamento em tempo real de equipamentos urbanos, como semáforos, ônibus e postes de iluminação.
O dado faz parte da pesquisa TIC Governo Eletrônico 2017, que foi divulgada nesta quarta-feira (2). O levantamento feito pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) tradicionalmente faz um raio-x de como a administração pública usa tecnologia para atender os cidadãos, mas nesta edição reuniu pela primeira vez o nível de adoção de projetos entre as gestões municipais para tornar cidades mais conectadas.
Segundo o estudo, 70% de cidades populosas, com mais de 500 mil habitantes, possuem planos de cidade digital, enquanto essa é a realidade para só 8% daquelas com até 10 mil moradores. Essa não é a regra nem para capitais, já que entre elas esse índice é de 77%, porcentagem maior, no entanto, que as cidades do interior (18%).
Veja o percentual de municípios por região com plano de cidade inteligente:
Centro-oeste: 21%
Sudeste: 20%
Nordeste: 19%
Norte: 15%
Sul: 14%
Apesar do baixo índice de administrações municipais com planos de cidade inteligente, algumas ações nessa linha já implantadas. Segundo o estudo, aquela que possui o maior índice de adoção é o uso de bilhete ou cartão eletrônico como forma de pagamento no transporte público, presente em 81% das capitais.
Semáforos inteligentes, que podem ser controlados à distância para melhorar o fluxo de veículos, são usados por 69% das capitais. Quase três a cada cinco capitais instalam equipamentos de GPS na frota de ônibus para acompanhar em tempo real onde os veículos estão e a que velocidade trafegam.
Metade delas já instala sensores em áreas de risco para monitorar a probabilidade de ocorrerem enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais.
Já áreas voltadas à inovação, como oficinas do tipo “faça você mesmo”, e espaços de “coworking” trabalho compartilhado), são menos frequentes e funcionam em 38% das capitais — essa, no entanto, é a ação típica de uma cidade inteligente a que os municípios do interior mais aderem (17%), seguido do monitoramento da frota pública de transporte (13%).
Os sistemas de iluminação inteligente funcionam em um terço das capitais, que os utilizam para, à distância, medir o consumo de energia ou alterar as áreas iluminadas.
A TIC Governo Eletrônicos 2017 aponta ainda que aumentou de 69%, em 2015, para 83%, no ano passado, o índice de municípios atendidos por internet via conexão a cabo ou fibra ótica, que é mais rápida. Por outro lado, caiu o volume de cidades que acessam a internet com modalidades mais lentas de conexão: de 70% para 60% as atendidas com conexão via rádio e de 49% para 44% aquelas usavam conexão via linha telefônica.
Outra novidade é que, pela primeira vez, mais de nove a cada dez cidades brasileiras possuem website. Se em 2015, 88% dos municípios tinham página na internet, em 2017, esse índice passou a ser de 93%. Essas páginas servem como plataforma de serviços, dos quais os mais oferecidos aos cidadãos pelas cidades são os seguintes:
Download de documentos ou formulários: 83% dos municípios
Envio de formulários: 55%
Emissão de nota fiscal eletrônica: 51%
Consulta de processos administrativos e judiciais: 46%
Emissão de documentos, como licenças e certidões: 40%
Os websites também abrem um canal de comunicação. Entre as cidades que possuem site, 93% delas libera endereço de e-mail para ser contatada por cidadão, 69% disponibilizam formulários eletrônicos, 62% têm serviço de acesso à informação, 40% recebem denúncias online e só 10% fazem atendimento online via chat.
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